sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Morre o arcebispo emérito de Milão, Cardeal Carlo Maria Martini.

O Cardeal Carlo Maria Martini faleceu na sexta-feira, dia 31 de agosto, em Milão. O arcebispo emérito da capital italiana estava internado no Centro Parkinson do Instituto Clínico de Aperfeiçoamento de Milão. O médico que o acompanhou, Gianni Pezzoli, diretor da unidade de Neurologia do Centro, já havia afirmado mais cedo que a doença estava em fase terminal. O Papa Bento XVI acompanhou constantemente, por meio de informações diárias, as condições de saúde de Martini.
Na noite de quinta-feira, 30 de agosto, em um comunicado da Arquidiocese de Milão, o Cardeal Angelo Scola afirmou que "recomendou a todos os fieis da Diocese e todas as pessoas amigas do Cardeal Martini orações especiais, para expressar o afeto e proximidade neste momento delicado".
Nascido em Turim em 1927, Carlo Maria Martini foi um excelente estudioso da Bíblia. Entrou na Companhia de Jesus em 1944 e completou os estudos acadêmicos no Instituto Social de Turim. Recebeu a ordem presbiteral no dia 13 de Julho de 1952. Foi Reitor durante muitos anos o Pontifício Instituto Bíblico e a Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma. Foi nomeado Arcebispo de Milão em 1979, cargo que manteve até 2002, deixando por limites de idade.
Depois de um longo período de residência em Terra Santa, em 2008 voltou para Itália para tratar do Mal de Parkinson, que o afetou por alguns anos. Desde então residia no Aloisianum, casa dos Jesuitas, em Gallarate perto de Milão.

Fonte:http://www.jesuitasbrasil.com/jst/conteudo/visualiza_lo12.php?pag=;portaljesuitas;paginas;visualiza_lo12&cod=3037&secao=164

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Aos jovens, sobre o "Moralismo" na Igreja



Esta carta nasceu dentro do seguinte contexto:

Estava passando alguns dias em missão nos EUA e chegaram-me muitas mensagens de jovens pedindo ajuda. Eles haviam assimilado pregações moralistas e estavam passando por sérias dificuldades. Alguns estavam desesperados a ponto de desistir da vida na Igreja por se sentirem indígnos. Em outros, o desespero era tão intenso que para eles a vida perdera o seu sentido. Como "jovem pastor", eu não pude me calar e escrevi a seguinte carta:



"Queridos jovens cristãos católicos,



Cada vez mais estamos sendo bombardeados com tantas ideias, pensamentos e afirmações tão distintas sobre Deus e a Igreja. O facebook é um grande veículo para isso. É verdade que existem mensagens consoladoras que exalam confiança e alegria. Mas é também verdade que o Evangelho está sendo usado para nos oprimir e julgar as nossas dificuldades e limites.



Pregações moralistas, radicalistas (diferente de radicalidade) e opressoras comprometem o nosso amor à vida, à beleza da criação, à Deus. Essas não nos ajudam a conhecer a beleza da sexualidade e a superar suas dificuldades e desafios. Tais pregadores impõe-nos fardos pesados e obrigam-nos a fazer o que eles mesmos não são capazes de cumprir. Esses chamam de santidade a pureza dos anjos e se esquecem que Deus não nos fez anjos, por isso não nos quer assim.



É muito triste perceber que as páginas libertadoras do Evangelho se transformaram em regras de moralismo no microfone de muitas comunidades cristãs. Sim, desse modo as palavras de Jesus são corroídas pelo jogo sutil de falácias que escravizam o cristão e reduz a sua visão. Jovens, precisamos “salvar” o Evangelho, amar a nossa humanidade, nos comprometer com os grandes desafios que desumanizam nosso mundo.



Nossa Ética não está em um livro, não pode ser escutada "simplesmente" em belas reflexões sobre documentos. Nosso código de Ética é uma pessoa e tem um nome: Jesus! Como Igreja que somos, precisamos viver em constante atitude de discernimento. É muito mais fácil seguir regras, difícil mesmo é discernir.



Por isso, jovem cristão, um apelo aqui fica pra você. Ao ler uma mensagem, assistir a um vídeo ou a uma pregação, comece a se perguntar: essas palavras são libertadoras ou opressoras? Elas são fiéis àquelas que foram pronunciadas na Galiléia, Samaria e Judéia por aquele Jovem que jamais julgou alguém e amou incondicionalmente até o fim?



Bruno Franguelli,SJ

Nova Iorque, 25 de fevereiro de 2012"

Fonte: http://brunojesuita.wix.com/escritos/apps/blog/aos-jovens-sobre-o-moralismo-na-igreja

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Hoje é dia do Gonzaguinha! São Luis Gonzaga, rogai por nós!


(Cachoeira Paulista, SP. 21.06.2012. CN)

Considerado o "Patrono da Juventude", São Luís Gonzaga nasceu no ano de 1568 na Corte de Castiglione. Recebeu por parte de sua mãe a formação cristã. Já seu pai o motivava a ser príncipe. Sua família tinha muitas posses mas, graças ao amor de Deus, Luís - desde cedo - deixou-se possuir por esse amor.

"Deixar-se amar por Deus é fonte de santidade."

Com dez anos de idade, na corte, frequentando aqueles meios, dava ali testemunho do Evangelho e se consagrou a Nossa Senhora. Ali descobriu seu chamado à vida religiosa e queria ser padre. Seu pai, ao saber disso, o levava para festas mundanas, na tentativa de fazê-lo desistir de sua vocação.

Entrou para a Companhia de Jesus onde viveu durante seis anos.

Com pouco mais de vinte anos, faleceu de uma peste que havia se espalhado em Roma.

São Luís Gonzaga, rogai por nós!

terça-feira, 12 de junho de 2012

FESTIVIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS


Princípio e Fundamento



     
O homem é criado para louvar, reverenciar e servir a Deus Nosso Senhor, e assim salvar a sua alma.
E as outras coisas sobre a face da terra são criadas para o homem,
para que o ajudem a alcançar o fim para que é criado.
Donde se segue que há de usar delas tanto quanto o ajudem a atingir o seu fim,
e há de privar-se delas tanto quanto dele o afastem.
Pelo que é necessário tornar-nos indiferentes a respeito de todas as coisas criadas
em tudo aquilo que depende da escolha do nosso livre-arbítrio, e não lhe é proibido.
De tal maneira que, de nossa parte, não queiramos mais saúde que doença,
riqueza que pobreza, honra que desonra, vida longa que breve,
e assim por diante em tudo o mais, desejando e escolhendo apenas o que mais
nos conduz ao fim para que somos criados.

SER JESUÍTA

SER JESUÍTA

terça-feira, 5 de junho de 2012

Espiritualidade Inaciana



 Espiritualidade é uma maneira de ser cristão, uma forma concreta de viver o Evangelho, a partir da ação do Espírito. Conforme o ensinamento dos apóstolos, é o Espírito Santo que suscita na Igreja a fé do seu povo, infundindo-lhe os dons necessários a sua missão evangelizadora. O acolhimento desses dons espirituais e os frutos concretos na prática do amor, seja em âmbito pessoal ou comunitário, podem ser chamados de espiritualidade. Não se deve esquecer de que o critério de uma vida verdadeiramente cristã consiste na capacidade de descobrir os caminhos do Espírito na história, por meio do confronto vital com a Pessoa de Jesus Cristo. Inácio de Loyola, Francisco de Assis, João da Cruz, Teresa D´avilla e tantos outros descobriram o amor de Deus no encontro com Jesus Cristo. A resposta a esse amor surgiu de um jeito próprio, com atitudes concretas, dando origem a uma pedagogia.



QUAIS SÃO, ENTÃO, OS ASPECTOS PRÓPRIOS DA ESPIRITUALIDADE INACIANA?



1. O “MAGIS” – Para S. Inácio, o “magis” é a resposta do ser humano ao Deus “trabalhador e providente”. Sempre há um “mais” de amor por parte do “Deus sempre maior” com relação a cada pessoa. Diante da Divina Majestade e da bondade infinita de Deus, a resposta do ser humano não pode ter limites; ele é chamado a “servir” a Deus ao máximo. S. Inácio assinala essa meta com o termo “magis”, buscado em cada circunstância e em toda atividade. No fundo desse dinamismo, encontramos uma tensão interna que estimula a pessoa a buscar sempre mais; uma força motriz que vai dando em cada momento o impulso necessário a superar-se, a entregar-se generosamente sem limites, a não ter medo das últimas consequências. O “magis” passa a significar entrega total e sem reservas para “inteiramente cumprir Sua santíssima vontade”; mais que o ardor de um temperamento, o “magis” corresponde agora a um desejo e a uma atitude espiritual: é preciso fazer o máximo para o louvor e o serviço do Senhor.




2. O “DISCERNIMENTO” – atitude permanente de reflexão sobre os movimentos internos de nosso espírito, lendo nos sucessos e fracassos das criaturas e nos sinais dos tempos a expressão da vontade de Deus para nós. Discernir é “sentir e conhecer (tomar consciência!) as diversas moções que se produzem na alma” (Exercícios Espirituais, 313). O discernimento supõe as existência de “movimentos internos” que se sobrepõem à pessoa. Estão na pessoa e não dependem dela. A pessoa deverá refletir sobre os efeitos (reações) que se produzem no seu coração: inquietude, angústia (desolação) ou paz, alegria (consolação).




3. A “INDIFERENÇA” – atitude de despojamento pessoal que revela que só Deus é o fim e que tudo o que existe na face da Terra são meios para se chegar a Ele. O aspecto mais importante da Espiritualidade Inaciana é o fato de ela ser cristocêntrica, isto é, ter seu ponto de partida e de chegada na Pessoa de Jesus. Seguindo Cristo e amando-o, toda a vida ganha sentido e um dinamismo que encaminha para a “Missão”. Para um inaciano, assumir uma missão é fazer da própria vida um gesto diário de entrega aos demais, que se concretiza na vida familiar, profissional e social, na procura de “em tudo amar e servir”. Podemos dizer, então, que a Espiritualidade Inaciana se resume em ser “contemplativos na ação”. Contemplativos na medida em que olhamos o mundo e sua realidade com os olhos de Deus. Na ação enquanto este olhar nos tira da acomodação e nos leva a agir no mundo, para transformar toda a realidade em que não brilham a Glória de Deus e a felicidade da pessoa humana.



O centro da Espiritualidade Inaciana são os Exercícios Espirituais que Santo Inácio. Inácio, em sua caminhada espiritual foi anotando num livrinho como Deus ia se revelando em vários momentos marcantes de sua vida. Essa experiência de Deus gerou uma espiritualidade singular na Igreja que é característica dos jesuítas, religiosos, sacerdotes e leigos, que descobriram na espiritualidade inaciana um caminho eficaz no seguimento de Jesus.

Assim como toda espiritualidade cristã, ela está centrada na pessoa de Jesus e na Palavra de Deus. Mas por outro lado, toda espiritualidade nasce de uma experiência pessoal de Deus e traz para vida da Igreja sempre uma nova matiz. A espiritualidade inaciana tem alguns traços próprios, como por exemplo o ser "contemplativo na ação", o "buscar e encontrar Deus em todas as coisas", o fazer tudo para "a maior Glória de Deus", o "princípio e fundamento", o "discernimento inaciano", o "magis", "o maior serviço", "o bem mais universal", o "sentir com a Igreja", o "exame de consciência diário", a "aplicação dos sentidos", etc. Todas essas expressões para serem entendidas precisam ser vivenciadas a partir dos Exercícios Espirituais (EE).

Os EE podem ser feitos na vida cotidiana, onde o exercitante sob a orientação de um diretor espiritual não precisa deixar seus afazeres e ir para uma casa de retiros. Como pode também qualquer pessoa fazê-la em oito, ou em trinta dias, dependendo de sua disponibilidade de tempo. Os Jesuítas durante o período da formação fazem o retiro de trinta dias pelo menos duas vezes e, a cada ano fazem um de oito dias como forma de voltar as fontes da espiritualidade que os anima, inspira e determina o seguimento de Jesus e o serviço que eles prestam à Igreja.